Qualidade do ar e a Síndrome do Edifício Doente

A pandemia do Covid-19 ampliou os alertas sobre a necessidade de atenção com a qualidade do ar, ventilação e condições de saúde em espaços fechados. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde em 1962, quando a OMS relacionou casos de doenças respiratórias graves à qualidade do ar de um edifício na Filadélfia, o termo Síndrome do Edifício Doente é oficialmente utilizado como referência quando um conjunto de doenças passa a ser causado ou estimulado pelas condições do ar e da umidade em ambientes fechados e com grande circulação de pessoas – e de acordo com a Organização, 30% dos edifícios em todo mundo podem apresentar essas características.

Com a modernização dos edifícios e o avanço da verticalização dos centros urbanos, a quem defenda que a Síndrome do Edifício Doente evoluiu para a Síndrome do Edifício Espelhado ou Arranha-céus. De qualquer forma – e para qualquer terminologia – o tratamento do ar, a eficiência de sistemas de ar condicionado e a própria arquitetura dos edifícios tem sido questões chaves para garantir a qualidade de vida e a prevenção a doenças respiratórias e outros males. De acordo com a EPA – Agência de Proteção Ambiental Americana, quando não há a correta manutenção dos sistemas de climatização, os índices de poluição dos ambientes internos podem ser maiores do que em ambientes internos. Com isso, a qualidade do ar no interior dos ambientes está entre os cinco maiores riscos ambientais para a saúde pública. Náuseas, dores de cabeça, tonturas e irritações nos olhos, nariz e garganta podem ser um sinal de alerta.

Como cuidar da qualidade do ar nos condomínios

Tanto para as áreas comuns, como para as unidades independentes, a qualidade do ar é fator determinante para a saúde de moradores e funcionários. No Brasil, normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária estabelecem padrões e requisitos que são referências para a climatização artificial de ambientes coletivos. Desde 2018, a Lei Federal nº 13.589/18, determina a criação de um Plano de Manutenção, Operação e Controle para sistemas de ar condicionado em edifícios coletivos, sejam eles públicos ou privados, que passaram a ser obrigados a realizar a manutenção dos seus equipamentos. Além de preservar as instalações, a manutenção é fundamental para manter o correto funcionamento de filtros e também para reduzir riscos de sobrecarga elétrica e aumento do consumo de energia.

Umidade e falta de iluminação natural. O excesso de umidade, somado à falta de iluminação natural também é sinal de alerta e deixa os ambientes favoráveis à circulação e microrganismos. Além de estar atento à manutenção dos sistemas hídricos para evitar vazamentos, manter os ambientes arejados, com janelas abertas e iluminação natural, também é fundamental para a qualidade do ar.